sábado, 30 de abril de 2011

Para que Fisioterapia Ocular???



A fisioterapia ocular tem o objetivo de reeducar os movimentos dos olhos, que são realizados por seis pares de músculos extrínsecos e que recebe estímulo neurológico de três pares de nervos cranianos. Qualquer disfunção visual sensorial ou motora poderá acarretar um distúrbio oculomotor, podendo o indivíduo apresentar patologias com características e sintomas de:
·         Insuficiências de Convergência – IC1:
o        Visão borrada, Cansaço visual e dificuldade nas leituras.
o        Sonolência nas leituras, bem como troca de linhas;
o        Cefaléia na região frontal e/ou temporal;
o        Irritação e hiperemia na conjutiva;
o        Dores periorbitárias, nos olhos e peso nas pálpebras;
o        Distúrbios posturais
·         Estrabismos transitórios2:
o        Paresias e paralisias oculomotoras;
o        Dupla imagem e limitações em alguns movimentos dos olhos;
o        Desequilíbrio postural e torcicolo (tipo PVC: posição viciosa de cabeça);
·         Estrabismo congênitos3: desalinhamento dos eixos oculares.
o        Desvios em Adução – Esotropias
o        Desvios em Abdução – Exotropias
o        Desvios verticais – hiper e hipotropias

Para descobrir se o indivíduo apresenta qualquer disfunção nos músculos dos olhos, deve ser feita uma avaliação conhecida como Exame de Motiidade Ocular – EMO ou Teste Ortóptico – TO4, que é solicitada durante um atendimento ambulatorial com o Oftalmologista, Neurologista, Pediatra ou ortodontista. Poucos são os Ortopedistas que solicitam este exame, porém é importante avaliar a oculomotricidade5 na presença de um torcicolo, pois há grande diferença entre o torcicolo congênito6 e o de causa ocular7.
Baseado no diagnóstico final, após a avaliação oculomotora, o profissional de Fisioterapia, através da solicitação do oftalmologista, realizará o tratamento cabível à determinada situação.

Glossário
1.       Insuficiências de Convergência – IC: Dificuldade de levar os dois olhos simetricamente em direção do dorso do nariz para posicioná-los com o objetivo de fixar um objeto ou para leitura.
2.       Estrabismos transitórios: desalinhamento dos eixos oculares de aparecimento súbito, podendo normalizar espontaneamente ou com tratamento fisioterapêutico.
3.       Estrabismos congênitos: desalinhamento dos eixos oculares de nascença ou que aparecem nos primeiros anos de vida e que tem tratamento oftalmológico através de correção óptica ou cirúrgica.
4.       EMO ou TO: exame que tem o objetivo de avaliar a simetria dos movimentos dos olhos e a capacidade de visão binocular fusional.
5.       Oculomotricidade: Capacidade de promoção dos movimentos e de ajustamentos posicionais oculares para a variadíssima demanda visual, que requer coordenação de alta elaboração e precisão.
6.       Torcicolo Congênito: deficiência ou limitação que reside no pescoço no funcionamento do músculo esternocleidomastóideo. Deve ser tratado com terapias ou cirurgias ortopédicas.
7.       Torcicolo de causa ocular – PVC (posição viciosa de cabeça): deficiência ou limitação no funcionamento de músculos extrínsecos dos olhos, que leva o indivíduo a usar erradamente os músculos da região cervical, para captar melhor as imagens que devem ser recebidas pelos dois olhos. Deve ser tratado com procedimentos oftalmológicos.

ANGELA DIAS – Fisioterapeuta.
CREFITO 91767 – F

Fisioterapia Ocular


Estamos iniciando uma nova era da fisioterapia, a qual se consegue resolver problemas de saúde dos mais diversificados possíveis. Dentro destas modalidades está a fisioterapia ocular, que conseguiu do Ministério da Saúde, Diário Oficial Nº 219 – 14/11/07 – p.386, portaria nº 2.916, Art. 5º a inclusão na Tabela SIH e SIA/SUS, o tipo de Ato: 58 – Fisioterapia (Especial) o direito de atuar na Assistência Fisioterapêutica em Oftalmologia do tipo: Atendimento Fisioterapêutico de paciente com alterações oculomotoras centrais com comprometimento sistêmico e Atendimento Fisioterapêutico em paciente com alterações oculomotoras periféricas.  
A Oculomotricidade é a capacidade de movimento e ajustamento dos olhos que solicita grande coordenação e precisão na fixação das imagens. Estas imagens têm que ser recebidas pelos olhos simetricamente de tal forma que o cérebro interprete apenas uma imagem. Para isso se faz necessário que o indivíduo tenha uma visão normal e/ou equilibrada, com ou sem correção óptica, em ambos os olhos e a motricidade não apresente disfunções musculares.
Em caso de desequilíbrio em qualquer das partes responsáveis pela oculomotricidade, sensorial ou motora, o indivíduo pode desenvolver distúrbios oculomotores e apresentar sintomas de desconforto visual como: cefaléia, visão borrada, dores nos olhos, dificuldade nas leituras com sonolência e peso nos olhos; como também apresentar estrabismo que se caracteriza por um desalinhamento dos eixos visuais que não causam sintomas, mas provocam problemas estéticos e posturais.
Portanto, é de vital importância reconhecer que a intervenção da fisioterapia nos distúrbios oculomotores poderá devolver ao paciente melhor conforto visual, qualidade de vida e prevenir sequelas mais graves em crianças até sete anos, adolescente que usam com freqüência os terminais de computação, adultos em fase produtiva e na presbiopia (baixa de visão para perto pela idade), e portadores de patologias neurológicas, vasculares, viroses encefálicas e traumas de cabeça.
Todas as pessoas devem realizar exames oftalmológicos uma vez por ano, principalmente crianças abaixo de sete anos.

ANGELA DIAS
Fisioterapeuta: CREFITO 91767-F

sábado, 16 de abril de 2011

Oculomotricidade


A capacidade de promoção de movimentos e de ajustamentos posicionais oculares para as variadíssimas demandas visuais (olhar longe ou perto, à direita ou à esquerda, acima ou abaixo, em quaisquer combinações e com diferentes magnitudes para os deslocamentos de cada olho) requer uma coordenação de alta elaboração e precisão.

Com desempenhos garantidos pelas respostas de doze músculos oculares externos (seis em cada olho), acionados por três pares de nervos craniais, cujos estímulos dependem de interações entre os comandos volitivos a essa movimentação e os de reações automáticas complementares, o sistema oculomotor mantém, ademais, uma rigorosa cooperação com as funções sensoriais visuais binoculares. Constitui-se, assim, um conjunto ainda mais complexo e de firme interdependência entre visão (mono e binocular) e oculomotricidade, demandas e estímulos, centros de comandos e respostas, em que causas e conseqüências se misturam. Daí, também, a sua vulnerabilidade, explicando uma prevalência relativamente alta (cerca de 5%) para os desequilíbrios manifestos do sistema oculomotor (estrabismos) e seus distúrbios correlatos, mas ainda maior se outras formas latentes, ou compensadas (heteroforias) e incoordenações (nistagmos, dissinergias,etc.) forem também consideradas.

O rompimento de quaisquer das comunicações sucessivas ou defeito de uma das estruturas de transição (dos
estímulos e, ou comandos) desestrutura o conjunto, causando-lhe desequilíbrio. Assim, defeitos primários do sistema sensorial, tais como impedimentos à formação adequada de imagens ópticas do objeto (opacificações de meios oculares transparentes, ametropias), lesões de retina, nervo óptico, vias visuais ou áreas corticais, enfim quaisquer causas de má visão, são também determinantes de desequilíbrios da coordenação oculomotora. Por outro lado, afecções originárias do sistema oculomotor (centros ou vias de comando supranucleares, lesões de nervos, miopatias, etc.) produzem distúrbios no posicionamento e movimentação dos olhos, do que resultam inadequações da integração visual binocular das imagens (diplopias, confusões), com os decorrentes mecanismos defensivos (supressões). A conseqüência é a perda da capacidade da discriminação visual fina das distâncias egocêntricas (perdas de estereopsia) e, nos casos em que o defeito
motor ocorre na infância, a possível deterioração da função visual do olho que se mantém desviado (ambliopia).

Enfim,nos estrabismos, reconhecidos pela população leiga como representando apenas um defeito da estética fisionômica (e cujas conseqüências são as de prejuízos da auto-estima, do relacionamento afetivo e psicossocial) há, também, perdas visuais importantes e eventualmente irreversíveis, sejam elas causas primárias do desvio (por exemplo, lesões de coriorretinite, retinoblastomas, neurites ópticas), ou conseqüências dele (ambliopias). Em alguns casos, podem ser achados para cada olho, independentemente, desempenhos visuais discriminativos normais; mas estará ausente a capacidade de cooperação entre eles; isto é, a visão binocular achar-se-á sempre prejudicada (mesmo no caso em que puder ser demonstrada boa visão para cada olho).

Bicas,
Arq Bras Oftalmol 2003;66:687-700