segunda-feira, 30 de maio de 2011

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA EM CRIANÇAS ATÉ 07 ANOS

O sistema visual é um dos cinco sentidos do ser humano que se desenvolve a partir de estímulos externos. O olho é um órgão que está intimamente ligado ao cérebro e a visão é um fenômeno complexo que necessita de olhos íntegros e vias ópticas e cerebrais saudáveis. Para que haja desenvolvimento normal da visão são necessárias boas condições anatômicas e fisiológicas do sistema visual. O desenvolvimento visual se inicia com o nascimento e termina por volta dos cinco anos, tendo sua maturação completada por volta dos sete anos. A criança necessita “ver” para desenvolver a sua visão.
                Anatomicamente os olhos se posicionam de forma simétrica devendo receber e captar as imagens ao mesmo tempo para que o cérebro interprete-as de forma única. Temos dois olhos, mas percebemos uma única imagem pelo equilíbrio do sistema sensorial visual e o oculomotor que interagem mutuamente. Defeitos primários em qualquer dos dois sistemas: distúrbio motor – decorrente dos músculos dos olhos ou sensorial – decorrente de deficiência visual desequilibram os mecanismos de controle.
                Ao nascimento, a visão da criança é relativamente baixa, causada pela imaturidade das estruturas cerebrais e retinianas relacionadas com a visão e com a movimentação dos olhos. O bebê, principalmente o pré-maturo, deve realizar o exame do olhinho para descartar qualquer patologia ocular. Uma vez por ano a criança deve realizar exames oftalmológicos de rotina até completar sete anos idade, fase de maturação visual. Qualquer impedimento à formação adequada da imagem de um objeto pelo sistema óptico ocular pode levar a um mau desenvolvimento visual, que se tornará irreversível se não tratado em tempo hábil.
O papel da visão no desenvolvimento geral da criança tem relação direta com as habilidades motoras, mentais (perceber e elaborar), conceitos espaciais, linguagem e relações emocionais.
Patologias como ambliopia1, ametropias (erro de refração)2, estrabismo3, PVC – torcicolo de causa ocular4, anisometropia5, ptose monocular6, catarata congênita7, cicatriz congênita na retina8, glaucoma congênito9, nistagmo10, retinopatia da prematuridade11 dentre outras podem ser detectados após o nascimento ou nos primeiros anos de vida e serem tratados ou acompanhados pelo especialista sem que provoquem sequelas graves na criança.
Muitas crianças só vão ao oftalmologista após a fase crítica do desenvolvimento da visão, quando tem queixas de desconforto visual, que acontece na fase escolar ou quando apresentam algum sinal visível a olho nu, tendo o risco de já está apresentando distúrbios oftalmológicos que deveriam ter sido tratados mais cedo. As crianças dependem dos adultos para visitarem o médico especialista e os pais ou responsáveis ignoram essa necessidade muitas vezes por falta de conhecimento.
A Fisioterapia tem auxiliado a Oftalmologia encaminhando e tratando de crianças que tem distúrbio oculomotor, quando apresentam disfunções posturais, torcicolos de causa ocular (PVC) e estrabismos em pacientes portadores de Paralisia Cerebral – PC, síndromes neurológicas, neuropatias viróticas ou bacterianas e patologias miotônicas.
Portanto, toda criança deve visitar o médico oftalmologista nos primeiros anos de vida.

MARIA ANGELA DIAS – FISIOTERAPEUTA CREFITO 91767-F.
30/05/11

Glossário
1.        Ambliopia- Baixa visual em um ou nos dois olhos que não é corrigida com auxílio óptico (olho preguiçoso);
2.        Ametropias: Erro de refração – percepção das imagens retinianas de forma distorcidas ou borradas, criando imagens constantemente fora do foco, por defeito anatômico do globo ocular, da córnea ou do cristalino por conta da idade e que deve ou pode ser corrigida com uso de lentes ópticas. Podem ser: miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.
3.        Estrabismo – Desalinhamento dos eixos oculares: desvio nos olhos.
4.        PVC – Posição Viciosa de Cabeça: torcicolo de causa ocular causado por estrabismo ou nistagmo.
5.        Anisometropia diferença acentuada de grau (erro de refração) entre os dois olhos, produzindo focalização desigual na percepção das imagens retinianas.
6.        Ptose monocular – queda da pálpebra superior em um dos olhos.
7.        Catarata congênita – opacidade no cristalino (lente intra-ocular) trazida de nascença.
8.        Cicatriz congênita na retina – cicatriz na retina do bebê adquirida durante a gestação, podendo ter sido causada por microorganismos (Toxoplasmose) ou patologias que causam lesões vasculares e/ou neurológicas devido à ingestão medicamentosa ou fatores genéticos.
9.        Glaucoma congênito- pressão intra-ocular aumentada em um ou nos dois olhos percebida e diagnosticada logo após o nascimento ou nos primeiros meses de vida.
10.     Nistagmo – movimento sempre rítmico de vai-e-vem, horizontal, vertical ou torcional de um ou dos dois olhos, simétrico ou não; tremor ocular.
11.     Retinopatia da prematuridade lesão na retina causada por falta de maturação do desenvolvimento do bebê que nasce pré-maturo e que pode provocar deficiência visual.

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